Deputados federais e senadores ligados à direita e ao Centrão dominaram as primeiras colocações no premio Excelência Parlamentar 2024, divulgado pelo Ranking dos Políticos nesta quarta-feira (4), em um evento no Centro Internacional de Convenções do Brasil. O mais bem avaliado na Câmara foi o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) que recebeu pontuação de 8,80 em uma escala que vai de 0 a 10. No Senado, o vencedor foi Carlos Portinho (PL-RJ), com avaliação de 8,54.
Na Câmara dos Deputados, dos 504 parlamentares avaliados, os dez com maior pontuação foram:
- Arnaldo Jardim (Cidadania-SP): 8,80
- Adriana Ventura (Novo-SP): 8,74
- Pedro Paulo (PSD-RJ): 8,67
- Alex Manente (Cidadania-SP): 8,64
- Zé Vitor (PL-MG): 8,63
- Caroline de Toni (PL-SC): 8,62
- Kim Kataguiri (União-SP): 8,61
- Pedro Lupion (PP-PR): 8,58
- Mendonça Filho (União-PE): 8,56
- Joaquim Passarinho (PL-PA): 8,52
O deputado de esquerda mais bem posicionado no Ranking dos Políticos é Reginaldo Lopes (PT-MG) que ocupa a 37ª colocação com pontuação de 8,39.
No Senado, 80 nomes aparecem na relação. Os dez mais bem avaliados foram:
- Carlos Portinho (PL-RJ): 8,54
- Izalci Lucas (PL-DF): 8,50
- Oriovisto Guimarães (Podemos-PR): 8,50
- Cleitinho (Republicanos-MG): 8,46
- Tereza Cristina (PP-MS): 8,43
- Damares Alves (Republicanos-DF): 8,41
- Eduardo Girão (Novo-CE): 8,38
- Carlos Viana (Podemos-MG): 8,37
- Styvenson Valentim (Podemos-RN): 8,35
- Dr. Hiran (PP-RR): 8,34
“Desde sua criação, o prêmio Excelência Parlamentar tem gerado impacto direto na percepção pública sobre a atuação dos parlamentares. Estudos mostram que os premiados pelo Ranking dos Políticos têm, em média, 18 pontos percentuais a mais de chances de alcançar a reeleição ao final da legislatura. Pensando nisso, a iniciativa influencia não apenas a sociedade, mas também os políticos, que passam a adotar práticas mais alinhadas às expectativas da população em relação à transparência e eficiência”, reforça o diretor-geral do Ranking dos Políticos, Juan Carlos de Arruda.
Veja a relação completa da avaliação dos senadores e deputados clicando aqui.
Quem são o deputado e o senador mais bem avaliados
O deputado Arnaldo Jardim, do Cidadania de São Paulo, tem 69 anos. É engenheiro Civil e foi secretário estadual da Habitação na década de 1990 em São Paulo, compôs a Diretoria Nacional do partido Cidadania e foi secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo de 2015 a 2018.
Ingressou na vida pública em cargos eletivos em 1986, quando foi eleito deputado estadual pelo então PMDB paulista, sendo reeleito por três mandatos consecutivos. Em 2006 se elegeu deputado federal pelo PPS, hoje Cidadania, e reeleito sucessivamente.
Tem seu mandato focado em temas como educação, habitação, agricultura e representação parlamentar. Foi presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e hoje ocupa a vice-presidência da bancada do agro. Ele também já foi presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Em 2016, votou favorável ao processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Tem defendido a reforma tributária e a simplificação do sistema fiscal brasileiro e relatou projetos sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Pagamento por Serviços Ambientais e Debêntures de Infraestrutura. Ele é autor da Nova Lei do Cooperativismo de Crédito e Fundos de Investimentos em Cadeias Agroindustriais (Fiagros).
Preside a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, do Cooperativismo, da Economia Verde e a Comissão Especial da Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde. Ele ressaltou o trabalho na frente e o investimento de R$ 45 bilhões em combustíveis do futuro, mas disse que acima disso é preciso destacar o fortalecimento do Parlamento nos anos mais recentes.
“O que o Parlamento está vivendo nesse período recente? Na reforma previdência foi o ator principal, na trabalhista foi o ator principal, na tributária, ator o Congresso Nacional está sendo o ator principal. O legislativo tem demostrado que a ampliação de suas responsabilidades tem encontrado um parlamento disposto”, afirmou durante a cerimônia de premiação.
O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato de Arthur Lira à Presidência da Câmara, foi premiado com a pontuação de 8,45 no Ranking dos Políticos. Ele também ressaltou relevância que vem sendo obtida pelo Congresso.
“O eleitor vota pelo parlamentar que trabalha ou que tenha perspectiva de trabalho pela sua cidade, pela sua região. Por isso o Congresso ao longo dos últimos anos se fortaleceu tanto, porque hoje os deputados e deputadas têm condições de poder na ponta realizar e entregar aquilo que vai melhorar a qualidade de vida da população”, afirmou Motta. Os poderes Executivo eLegislativo travam atualmente um embate pelo controle das verbas do Orçamento da União.
O senador Carlos Francisco Portinho (PL-RJ), o mais bem avaliado entre os senadores, é líder do Partido Liberal no Senado. Tem 51 anos, é bacharel em direito e mestre em direito público. Iniciou a carreira política como assessor parlamentar do deputado federal Índio da Costa (2004 a 2009). Foi secretário municipal de Habitação da capital fluminense, na gestão de Eduardo Paes (PSD), e secretário estadual de Meio Ambiente, no governo Luiz Fernando Pezão.
Em 2016 disputou cadeira de vereador no Rio, mas não conseguiu se eleger. Em 2018 foi suplente do então deputado federal Arolde de Oliveira, que disputou cadeira no Senado pelo Partido Social Democrático (PSD). Arolde obteve 2,3 milhões de votos (17,06% do total de votos válidos), sendo eleito.
Durante a campanha, o político contou com o apoio do então presidente Jair Bolsonaro (PL), que pediu a seus eleitores que votassem no filho, Flávio Bolsonaro, e em Arolde de Oliveira como senadores. Portinho assumiu em 2020, após o falecimento de Arolde de Oliveira.
Carlos Portinho tem focado seu mandato em pautas ligadas à infraestrutura, desenvolvimento urbano e políticas públicas em segurança e transparência. Foi relator da PEC Emergencial (PEC 186/2019), que buscou estabelecer medidas de controle fiscal e reequilíbrio das contas públicas.
Foi relator do Marco Legal das Startups, da Lei da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e do Marco Legal para exploração de energias renováveis offshore (PL 576/21). É autor do Projeto de Lei do Certificado de Imunização e Segurança Sanitária (CSS) e do PL 4000/21, que permite a transformação urbana das cidades no pós-pandemia, estimulando a conversão do uso dos imóveis.
Como é definido o Prêmio Excelência Parlamenta
O Prêmio Excelência Parlamenta, do Ranking dos Políticos, ocorre anualmente desde 2016 e não foca em abordagens pessoais, ideológicas ou partidárias. Segundo os organizadores, os destaques do Excelência Parlamentar são definidos com base em critérios objetivos, refletindo a qualidade em suas responsabilidades legislativas.
São analisadas ações anticorrupção, antiprivilégios e antidesperdício com foco na conduta ética e o comprometimento dos legisladores com o interesse público, a melhoria da eficiência do Estado brasileiro e do ambiente de negócios.
“A atribuição de pontuações aos políticos é um processo meticuloso, fundamentado em informações provenientes de fontes oficiais, tais como os sites da Câmara, do Senado e dos Tribunais de Justiça. Este rigor na coleta de dados assegura a precisão e a confiabilidade das avaliações, contribuindo para um retrato fiel do desempenho e performance parlamentar”, descrevem os organizadores.
Segundo o Ranking dos Políticos, a pontuação atribuída aos políticos segue três princípios fundamentais: as votações dos parlamentares, os gastos e processos judiciais. Para calcular a pontuação final dos políticos, o Ranking dos Políticos aplica análises que envolvem as votações, os gastos, presenças, economia de verbas e processos judiciais, relacionado ao Ficha Limpa.
“A plataforma não atua ao lado de políticos, e sim como uma fonte de informações à sociedade civil”, informa a entidade.
As regras para avaliação são orientadas pelos pareceres emitidos por um Conselho de Leis, formado por 30 membros representativos de diferentes setores incluindo ex-ministros que lideraram o Supremo Tribunal Federal (STF), ex-presidentes do Banco Central, ex-parlamentares e ex-ministros de Estado.