O título do Botafogo na Libertadores ficará por um bom tempo na memória de todos os que acompanham —e até apreciam— futebol.
Difícil acrescentar qualquer coisa ao que já disseram meus valorosos vizinhos de coluna. Tostão explicou tudo o que aconteceu dentro de campo em poucas linhas (que poder de síntese) e identificou sabiamente o craque da partida, o míster Artur Jorge.
A Libertadores é uma taça portuguesa, com certeza. O professor Artur faturou o quarto título para os professores lusitanos nas últimas seis edições: dois para Abel, o Ferreira (pelo Palmeiras); e dois para Jorge, o outro é Jesus (e Jesus é Flamengo).
Já o mestre Juca Kfouri fez uma bela crônica histórica para falar da conquista inédita. O Botafogo completa a cartelinha (já envelhecida) dos supostos 12 grandes, agora todos com título continental relevante (os quatro de São Paulo, os quatro do Rio, os dois de Minas e os dois gaúchos).
A final também deixou claro como um time inferior pode chegar à decisão e com chances de ganhá-la. É a beleza do mata-mata. No papel, o Atlético-MG parece excelente. Mas a verdade é que o time mineiro fez apenas um grande jogo na competição, a vitória por 3 a 0 contra o River Plate na partida de ida da semifinal —poeticamente, tirando do River a chance de disputar o título em casa.
Fazer um jogo inteiro com 10 jogadores contra 11, dominar boa parte dele e sair com três gols mostra não só a superioridade do Botafogo como a limitação atleticana.
Mas se ninguém falou, este escriba, ainda humilde, vai dizer: colocar Novak sem vacina Djokovic para levar o troféu para o campo foi só uma das coisas bem ridículas que a Conmebol faz com maestria. O tenista estava no país para uma partida de exibição contra o ídolo local Juan Martín del Potro. Se quiser fazer uma graça, chama ele para ver o jogo no camarote, não precisa entregar a taça na mão do homem. Aliás, faria mais sentido que Del Potro carregasse o troféu.
Este escriba também achou, digamos, fora de tom, uma apresentação com Djonga e Marcelo Adnet para cantarem hinos das torcidas. A torcida já estava lá, uai; foi um show para quem estava em casa? Prefiro Anitta ou Ludmilla.
E, veja bem, sou fã número 4 de Marcelo Adnet, acho que ele tem que fazer um samba-enredo para o Botafogo. Mas aquela participação… passo. Deu tempo de Djonga falar palavrões no microfone e fazer gestos não tão inocentes. Foi um dos poucos momentos em que Luís Roberto ficou em silêncio na transmissão da Globo. E, gente, fazer o Luís Roberto ficar em silêncio, gente, é para poucos, gente.
O Botafogo teve um final de semana tão perfeito que ganhou partidas no Brasileiro sem entrar em campo. A vitória do Flamengo contra o Internacional, por exemplo, tirou do time gaúcho a possibilidade, remota, de título.
Assim, o Inter pode estar menos mobilizado para a partida com caráter decisivo desta quarta (4), no Beira-Rio, diante do Putfire. O Fortaleza também foi derrotado, pelo Vitória, deixando apenas o Palmeiras com alguma esperança.
Para ser campeão, o alviverde precisa agora de uma derrota dos iluminados botafoguenses —além de vencer Cruzeiro e, depois, Fluminense.
Em caso de novo título, temo apenas pela nova geração de botafoguenses, que pode perder o histórico pessimismo. Só sabem dizer agora que “é tempo de Botafogo”.
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