Por si só, o título da Libertadores é para lá de relevante. Com ele, o time se torna o melhor da América do Sul. Por um ano, é o tal no continente.
O Botafogo chegou lá no sábado (30), ao derrotar por 3 a 1 de forma impressionante e heroica, pois com jogador a menos (Gregore, expulso) desde o primeiro minuto, o Atlético-MG no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, palco da final.
A importância da conquista para o alvinegro é desmedida. Muda sua condição, modifica seu patamar. Engrandece demais o clube.
Futebol é entretenimento, paixão e rivalidade –muita rivalidade, especialmente em nível local.
Uma das diversões do esporte é, na família, no trabalho e com amigos e conhecidos, capitalizar o sucesso do time pelo qual se torce e/ou tripudiar sobre o infortúnio alheio.
Dentre os grandes do Rio, apenas o Botafogo não tinha faturado a Libertadores. O Flamengo tem três (1981, 2019, 2022), e Vasco (1998) e Fluminense (2023), uma cada um.
Agora, nada de o torcedor alvinegro se sentir inferior nesse quesito, pelo menos na comparação com dois dos maiores rivais, o que já é significativo.
O Botafogo tornou-se o 12º clube do Brasil a ter pelo menos uma Libertadores. Além do Flamengo, ganharam a competição três vezes o Grêmio, o Palmeiras, o Santos e o São Paulo; duas vezes, o Cruzeiro e o Internacional; uma vez, Atlético-MG, Corinthians, Fluminense e Vasco.
Voltando à rivalidade regionalizada no futebol, os atleticanos estão duplamente decepcionados com a derrota de sábado, e os cruzeirenses, duplamente satisfeitos.
A parte azul de Belo Horizonte, que na semana anterior se entristeceu com a queda na decisão da Copa Sul-Americana –o Racing, da Argentina, venceu por 3 a 1 no Paraguai–, mantém-se à frente da alvinegra em taças do mais cobiçado torneio sul-americano.
Retornando ao Botafogo, o título da Libertadores lhe permite participar de duas outras competições, uma neste ano e outra em 2025. Ambas organizadas pela entidade máxima do futebol.
A primeira é a recém-criada Copa Intercontinental da Fifa, com participação de seis times (um da Ásia; um da África; um da América do Sul; um das Américas Central e do Norte e Caribe; um da Europa; um da Oceania), que substitui o Mundial de Clubes.
No Qatar, a equipe carioca enfrentará o Pachuca, do México, nas quartas de final, no dia 11. Se ganhar, faz a semifinal contra o Al Ahly, do Egito, no dia 14. Se passar, o adversário pelo título, no dia 18, é o Real Madrid, atual campeão da Champions League, que, injustamente privilegiado, figura na decisão sem ter que enfrentar ninguém antes.
Copa Intercontinental, entre os cariocas, só quem tem é o Flamengo, que com Zico e companhia triunfou ante o Liverpool em 1981, no Japão. Tradicional (durou de 1960 a 2004), essa competição não era da Fifa, mas recebeu a chancela dela e é detém status de título mundial.
Título mundial que o Botafogo disputará na metade do próximo ano, quando será realizado o novo Mundial da Fifa, que vem sido chamado de Supermundial devido ao formato de Copa do Mundo de seleções –as realizadas de 1998 a 2022–, com 32 clubes.
Do Brasil, também participarão Palmeiras, Flamengo, Fluminense, vencedores das Libertadores de 2021, 2022 e 2023, respectivamente.
Antes da Copa Intercontinental, e bem antes do Supermundial, o Botafogo tenta mais um feito, nos próximos dias: ganhar o Campeonato Brasileiro. Faltando duas rodadas, lidera com três pontos de vantagem em relação ao Palmeiras.
Seria a terceira vez que o time ganharia a principal competição nacional –as outras foram em 1968, ainda como Taça Brasil, com Jairzinho no ataque e Zagallo na prancheta, e em 1995, sob a liderança do artilheiro Túlio Maravilha.
Uma ótima chance de se aproximar de Vasco e Fluminense, que somam quatro Brasileiros cada um. O Flamengo está bem à frente, com sete.
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