Estima-se que, pelo menos, um milhão de brasileiros convivam com o vitiligo, segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). A condição crônica, autoimune e ainda sem causa específica é caracterizada pela despigmentação da pele.
O vitiligo pode aparecer em qualquer momento da vida, por motivos diversos e em qualquer região do corpo. O mais consensual entre a comunidade médica é que fatores como traumas emocionais possam desencadear ou agravar a condição.
Especialistas explicam ainda que pacientes de vitiligo devem manter uma rotina de cuidados com a pele com dermocosméticos como hidratantes, mas devem se atentar a itens com ativos clareadores.
Dermatologista da SBD, Daniela Antelo explica que produtos que prometem uniformizar o tom da pele fazem parte da gama que devem ser evitados. Dentre eles, os mais famosos são aqueles compostos por retinol, hidroquinona e ácido kójico.
“É muito comum quando uma pessoa faz tratamento de envelhecimento ou compra um produto que ele tenha, além do antioxidante, hidratante, mais agentes clareadores para uniformizar o som de pele”
A ideia não é assustar o paciente portador de vitiligo, pelo contrário. De acordo com Antelo, produtos com hidratantes a base de ácido hialurônico, ceramidas e vitamina E, por exemplo, são bem-vindos e atuam bem no combate ao envelhecimento da pele.
Além da pele, alguns portadores de vitiligo apresentam despigmentação ainda em cabelos e sobrancelhas e, para conter, recorrem ao uso de tinturas. Para a dermatologista, esse tipo de produto também não é indicado para quem tem a condição por conta dos compostos fenólicos comuns nesses produtos.
“Tem paciente que tem manchas no rosto que às vezes acabam pintando a sobrancelha e a barba, mas as tinturas, especialmente aquelas de alta fixação, podem ter compostos fenólicos que podem danificar a pele”.
Segundo Paulo Luzio, dermatologista e fundador da Clínica do Vitiligo, outra ação que pode ser prejudicial para o portador de vitiligo é a depilação à laser. “Uma das principais formas de recuperar a cor perdida da pele é pelo pelo e com a depilação a laser esse pelo morre, tirando essa capacidade de melhora”, afirma.
Remoção de pelos a laser ainda podem causar traumas na pele do paciente de vitiligo e até manchar a região onde foi aplicado. A única indicação de depilação a laser, nesses casos, é quando há o encravamento de pelo que, por conta da ferida recorrente, pode provocar o aparecimento de novas manchas despigmentadas.
Procedimentos como microagulhamento, peelings e até tatuagens também podem provocar o aumento ou aparecimento de novas manchas em regiões que antes eram pigmentadas, por isso, o indicado é sempre procurar um especialista em dermatologia para avaliar cada caso.
Protetor solar
Item indispensável e indicado por qualquer dermatologista, o protetor solar deve ser usado diariamente por todo mundo. No entanto, especialmente para o paciente de vitiligo, não há consenso na comunidade médica.
Alguns especialistas dizem, inclusive, que o paciente portador da condição até pode expor a área despigmentada ao sol porque raios ultravioleta B ajudam na recuperação da cor da pele, como explica Luzio.
A exposição solar controlada, por alguns minutos, pode auxiliar na repigmentação, segundo a SBD, mas deve ser feita apenas com orientação do médico dermatologista, e não deliberadamente.
Pacientes com vitiligo tem uma diminuição da produção de melanina e são mais vulneráveis à radiação ultravioleta, mas estudos demonstram que não há evidências significativas de uma maior incidência de câncer de pele nesses pacientes. No entanto, a SBD afirma que portadores da condição podem ter uma maior predisposição ao envelhecimento da pele e queimaduras solares.
Dessa forma, o recomendo pela sociedade é o uso regular de protetor solar para todos os pacientes com vitiligo para proteção contra agressões solares.
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