O Racing venceu o Cruzeiro por 3 a 1 na tarde deste sábado (23) e conquistou sua primeira Copa Sul-Americana. Os gols foram de Martirena, Adrián Martínez e Roger Martínez, para os argentinos, e de Kaio Jorge para a equipe brasileira.
Sob um calor de 37°C em Assunção, no Paraguai, o jogo começou com o Racing pressionando.
A equipe argentina chegou a abrir o placar logo aos 3 minutos, com Martirena, mas o gol foi anulado por impedimento no inicio da jogada após demorada revisão no árbitro de vídeo.
Aos 15, o próprio Martirena foi de novo às redes, e desta vez o gol foi legal. Ele recebeu na direita e tentou cruzar, mas a bola morreu dentro do gol de Cássio.
Quatro minutos depois, Salas recebeu pela esquerda, cruzou e Martínez, artilheiro da competição com 10 gols, ampliou o marcador. Só o Racing jogava. A equipe do técnico Gustavo Costas pressionava o Cruzeiro no seu campo de ataque, conseguia roubar a bola e criava chances.
O técnico do Cruzeiro, Fernando Diniz, mexeu ainda na primeira etapa. Ele sacou Wallace, que falhara no primeiro gol, e pôs Lucas Silva em campo. A partida ficou mais equilibrada e, no início da segunda etapa, quem marcou foi o Cruzeiro, com Kaio Jorge.
Aos 7 minutos, Matheus Pereira cruzou da esquerda, e o atacante cabeceou forte. O goleiro dos argentinos, Arias, defendeu, mas o próprio Kaio aproveitou o rebote para marcar.
O Racing recuou, e o Cruzeiro conseguiu impor seu jogo, atacando principalmente pelo lado direito. Aos 35, Arias saiu providencialmente do gol para dividir com Lautaro Díaz e impedir finalização do atacante do clube brasileiro. Depois, Cruzeiro rondou o gol argentino em bolas paradas, mas sem conseguir de fato finalizar.
Já nos acréscimos, o Racing deu o golpe de misericórdia: em contra-ataque, Roger Martínez recebeu e tocou na saída de Cássio para dar números finais à partida.
A equipe mineira mantém assim um jejum de títulos internacionais que já dura 27 anos —a última conquista foi a Libertadores de 1997, sobre o Sporting Cristal, do Peru. Em 2009, a equipe conseguiu chegar de novo à final da Libertadores, mas foi derrotada pelo Estudiantes de la Plata, da Argentina.
Já o Racing, que também bateu o Corinthians nas semifinais da competição, encerra o seu jejum de títulos fora da Argentina. O último, curiosamente, havia sido sobre o próprio Cruzeiro, em 1988, quando venceu a Supercopa Libertadores da América —torneio disputado pelos 13 clubes que então já haviam vencido a Libertadores. Na final, a equipe de Avellaneda bateu a de Belo Horizonte por 2 a 1.
A equipe de Gustavo Costas, de quebra, conseguiu um recorde —é o melhor ataque da história da Sul-Americana, com 33 gols.
Além disso, com a vitória deste sábado, se classifica para a Recopa Sul-Americana, a ser disputada no ano que vem contra o vencedor da Libertadores –Botafogo ou Atlético-MG.
O Cruzeiro volta a campo na próxima quarta-feira (27), quando recebe o Grêmio em Belo Horizonte, pelo Campeonato Brasileiro. A equipe está em sétimo lugar na competição, e hoje se classificaria para a pré-Libertadores de 2025.
O trabalho de Diniz, entretanto, é contestado. O técnico, que chegou no fim de setembro, só tem duas vitórias em 11 partidas no comando da equipe. Perdeu cinco vezes e empatou quatro.