A força-tarefa criada pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) na tentativa de solucionar o ataque no aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, possui três pilares neste momento.
O atentado aconteceu na tarde de sexta-feira (8) e resultou na morte do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, e do motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, 41,
Uma das linhas de investigação é a busca por vídeos de câmeras de segurança que mostrem a movimentação de um Volkswagen Gol preto na região no dia do crime.
Imagens mostram o automóvel dentro do aeroporto. Ele foi usado para auxiliar na fuga dos atiradores. Horas depois da emboscada, o carro foi encontrado abandonado na rua Guilherme Lino dos Santos, a cerca de 7 km do ponto do aeroporto onde aconteceu o ataque. Dentro do veículo havia munições de fuzil e um colete balístico, segundo a PM.
Na tarde de sábado (9), policiais acharam três mochilas em um terreno na mesma rua, após uma de núncia anônima. Dentro delas estavam três fuzis de calibres 7,62 mm e 5,56 mm, uma pistola turca de calibre 9 mm, além de carregadores, roupas e luvas.
As imagens das câmeras podem auxiliar na identificação dos ocupantes do veículo. A intenção também é saber se outros carros acompanharam o Gol. Atualmente radares inteligentes cruzam informações e dados que permitem traçar ruas por onde um carro transitou em determinada data.
Um outro ponto da investigação se concentra na perícia realizada no veículo e nas armas apreendidas. O objeto é conseguir extrair algum material genético que possa levar a identificação das pessoas que participaram do ataque. Esse processo ainda pode levar alguns dias até uma conclusão.
Os investigadores também esperam conseguir informações importantes com a apreensão de oito aparelhos celulares, incluindo de quatro policiais militares que faziam a escolta de Gritzbach no dia do ataque.
Há ainda em curso uma perícia nas armas apreendidas para confirmar que elas foram usadas na ação. Para isso é necessário um confronto balístico realizado pelo Instituto de Criminalística. Parte do material chegou na segunda-feira (11) ao órgão. A previsão é de que os primeiros resultados possam ser obtidos em uma semana.
De acordo com o Ministério Público, Gritzbach não quis entrar no programa de proteção a testemunha após fechar um acordo de delação premiada. Por isso, ele não tinha uma segurança oficial, e contratou uma uma escolta particular.
A força-tarefa, coordenada pelo secretário-executivo da Secretaria da Segurança Pública, o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, anunciou nesta terça-feira (12) ter afastado oito policiais militares das suas funções.
A Corregedoria da Polícia Civil também acompanha o caso, já que agentes foram citados no acordo de colaboração firmado pelo empresário com Ministério Público. Parte dos documentos foi encaminhada à instituição, que abriu uma apuração sigilosa em outubro sobre caso.
A força-tarefa que acompanha as investigações do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) foi criada na segunda-feira (11) por meio de uma resolução publicada no Diário Oficial do Estado por determinação do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
Um inquérito policial militar instaurado pela Corregedoria da PM há mais de um mês apura o envolvimento dos agentes na escolta do empresário.