Quando falta energia, uma das principais preocupações é com a conservação dos alimentos que estão armazenados na geladeira ou no freezer.
A principal dica é não abrir as portas do equipamento. “As pessoas acabam cometendo esse erro, porque ficam preocupadas se está mantendo o gelo. Tem que deixar a porta fechada”, diz a nutricionista Márcia Cristina Basilio, professora dos cursos da área de nutrição do Senac São Paulo.
A seguir, veja as orientações da especialista para saber como agir nessa situação.
Quanto tempo a comida aguenta no refrigerador e no freezer sem energia?
Se a porta permanecer fechada o tempo todo, o freezer deve conservar os alimentos congelados por cerca de 24 horas, com exceção dos sorvetes, que podem derreter antes disso. As embalagens menores também vão descongelar mais rapidamente que as maiores.
Já a geladeira vai preservar os alimentos em uma temperatura adequada por volta de quatro horas, se as portas ficarem fechadas. Quanto mais frio estiver o refrigerador antes de ser desligado, mais tempo vai levar para a temperatura subir.
Agora, se as portas forem abertas, o período de conservação vai diminuir, tanto no caso do congelador quanto no da geladeira.
O que fazer quanto a energia voltar?
Aguarde no mínimo uma hora para abrir o equipamento, porque ele vai demorar um pouco para resfriar novamente. Depois disso, você poderá avaliar as condições de cada item.
No congelador, vale observar se houve amolecimento dos alimentos e liberação de líquidos. Nesse caso, é melhor descartá-los. Se ocorreu apenas um descongelamento superficial, no caso de uma carne crua, por exemplo, a recomendação é prepará-la no fogo imediatamente e só depois congelá-la de novo. “Se houve multiplicação de bactérias, é no calor que eu vou eliminá-las”, explica a nutricionista.
Principalmente na geladeira, é preciso ter atenção especial aos alimentos de alto risco, como carnes in natura, laticínios e pescados (os mais críticos de todos). Muitas vezes eles podem já estar em processo de deterioração e não apresentar alterações muito perceptíveis na aparência nem no odor. Na dúvida, se a falta de luz se estendeu por mais horas, a orientação é jogá-los fora.
Se os alimentos apresentarem mudanças em suas características sensoriais, como cheiro, textura, consistência, sabor e cor, aí não há dúvida de que estragaram.
Dicas para conservar os alimentos por mais tempo
- Para evitar contaminação cruzada, mantenha sempre os itens bem protegidos no refrigerador, seja dentro de recipientes de vidro ou de plástico com tampa, seja embalados por filmes ou sacos plásticos próprios para alimentos. Nunca utilize as sacolas plásticas da feira ou do supermercado para o armazenamento;
- Se está chovendo e você acha que a luz pode acabar, reduza a temperatura da geladeira para a mínima possível;
- Durante a falta de energia, não abra a porta da geladeira e do freezer;
- Em períodos prolongados sem luz, uma alternativa é comprar gelo e colocar os alimentos mais perecíveis, protegidos por embalagens, dentro de um isopor ou caixa isotérmica fora do refrigerador. Para isso funcionar, é preciso trocar o gelo constantemente, porque a água que se forma com o derretimento não vai conservar os itens —pelo contrário, pode até aumentar a chance de contaminação por micro-organismos;
- Outra opção é encher de gelo um saco próprio para armazenar alimentos e colocar a comida ali dentro, protegida por uma embalagem, na geladeira ou no congelador;
- Se carnes cruas estiverem correndo o risco de estragar, vale a pena levá-las ao fogo. De qualquer forma, depois de prontas, elas precisariam voltar à refrigeração em no máximo duas horas, segundo a professora.
É possível ter ressarcimento do valor dos alimentos perdidos?
Sim, o consumidor tem direito ao ressarcimento dos valores pelos danos materiais que teve em razão da falta de energia, como alimentos ou medicamentos perdidos e aparelhos elétricos danificados.
“O Procon-SP orienta que os consumidores que perderam alimentos ou medicamentos guardem a documentação —como nota fiscal, rótulos e receitas, no caso de medicamentos, por exemplo— e façam fotos e vídeos que demonstrem como foram afetados”, diz nota divulgada pelo órgão em outubro.
A recomendação é registrar a queixa nos canais da concessionária de energia e guardar os protocolos. Não havendo solução, é indicado formalizar uma reclamação no Procon.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.