AMD Radeon RX 7900 GRE: a placa gráfica RDNA 3 mais convincente

Num lançamento um tanto surpreendente, a AMD disponibilizou o RX 7900 GRE como um produto retail completo para enfrentar o desafio representado pelo bem-sucedido RTX 4070 Super da Nvidia. Anteriormente disponível na região chinesa e seletivamente para o mercado de OEM em outros lugares, a ideia é bastante simples. Semelhante ao bem-recebido RX 7800 XT, a AMD admite prontamente que o chip não possui o mesmo desempenho de ray tracing do concorrente mais próximo da Nvidia, mas compensa em outros aspectos. O RX 7900 GRE possui 16GB de memória de framebuffer, enquanto o 4070 Super possui apenas 12GB, emparelhado com uma interface de 256 bits, enquanto o da Nvidia possui um barramento de 192 bits. Também é significativamente mais rápido na rasterização.

Na prática, a AMD oferece um excelente custo-benefício para utilizadores que ainda não estão totalmente convencidos com o sonho do ray tracing ou não estão encantados com o conjunto de recursos em constante crescimento da Nvidia. Claramente, acreditamos que esses recursos têm grande valor, mas a questão é que, se discordares e quiseres uma placa rápida com toda a memória necessária para o futuro, a AMD está a oferecer o que a Nvidia não oferece – e esta faz isso por menos dinheiro. Tão simples quanto isso.

Primeiro, vamos considerar o que o RX 7900 GRE realmente é. O nome em si é curioso, originado de suas origens no mercado chinês, onde GRE significa Golden Rabbit Edition para marcar o ano 2023 no zodíaco chinês. É uma escolha intrigante para qualquer outro mercado e não se encaixa convincentemente na marca existente, mas, novamente, alguns podem dizer que qualquer combinação de três letras é tão boa quanto qualquer outra.

Mais interessante é a composição da própria placa, que é essencialmente uma versão ainda mais reduzida do RX 7900 XTX e RX 7900 XT. Semelhante a essas placas, o GRE é baseado num design de chiplet – um processador de computação de 5nm cercado por comandos de memória separados de 6nm. O XTX tem seis desses MCDs ativos, o GRE tem apenas quatro. Uma interface de 384 bits torna-se 256 bits e 24GB de VRAM caem para 16GB. As reduções para o chip de computação, o GCD, são um pouco mais contidas. As 96 unidades de computação RDNA 3 no XTX caem para 84 no XT, com mais um corte para 80 no GRE. Isso é acompanhado por clocks mais baixos.

Essencialmente, a AMD corta estrategicamente a memória e a largura de banda, desativa mais unidades de computação e reduz a frequência para entregar um produto que – como os nossos benchmarks revelam – quase literalmente se situa no meio em termos de desempenho quando olhamos para o 7900 GRE entre o 7800 XT e o 7900 XT. Na verdade, ao comparar o GRE com o 7800 XT, há uma diferença significativa nas especificações, o que faz com que nos perguntemos qual ‘ingrediente secreto’ o processador Navi 32 tem que o Navi 31 (relativamente) mais capaz não tem.

Para análise, recebemos a versão Sapphire Pulse do RX 7900 GRE. Não há design de referência disponível para o GRE, pois é produzido apenas por fabricantes de placas de vídeo (AIBs). É um design de dois slots e três ventoinhas que é bastante grande – superando positivamente a edição Founders do RTX 4070 Super – com uma cobertura de plástico e uma chapa traseira de metal. A alimentação é fornecida por meio de duas entradas PCIe de oito pinos, e seu TDP de 260W significa que, em termos de eficiência, ficará atrás das ofertas concorrentes da Nvidia na arquitetura Ada Lovelace.

Em termos de outras opções de entrada/saída, a Pulse é um pouco diferente do normal, tem duas portas HDMI 2.1, juntamente com dois DisplayPort 2.1. Sim, um processador de exibição mais moderno dá às placas Radeon uma vantagem sobre a Nvidia, com mais largura de banda de vídeo disponível para os monitores mais avançados – sem compressão de vídeo necessária.

A Sapphire é uma marca confiável e parceira próxima da AMD, e não tenho reclamações com a edição Pulse da placa enviada para análise – exceto, talvez, seu comprimento bastante substancial. Não há ruídos apreciáveis, e nenhum bug foi descoberto durante os testes.

Vou começar os testes de desempenho com algo um pouco diferente. Recentemente, procuramos analisar o desempenho da GPU em títulos de jogos de maneira mais abrangente, onde comparamos o desempenho com a saída da PlayStation 5 – uma plataforma alvo principal para produtores. Isolamos títulos onde podemos obter uma correspondência de configurações entre consola e PC, depois localizamos áreas onde a PlayStation 5 não consegue atingir a meta de desempenho (ou seja, onde encontramos os limites do desempenho da GPU). Em seguida, igualamos essas circunstâncias no PC com uma taxa de frames desbloqueada e analisamos que tipo de multiplicadores de desempenho obtemos.

Quando começamos a analisar produtos como RTX 4070, RX 7800 XT, RX 7900 GRE e RTX 4070 Super, percebemos que entre 500€- 600€ compra literalmente um desempenho que muda o jogo quando comparado às consolas. No melhor cenário, estás a olhar para o dobro da taxa de transferência em configurações correspondentes, ou até melhor. Jogos que rodem a 30fps na PS5 atingem os 60fps nesta classe de hardware de PC. Da mesma forma, os ‘modos de desempenho’ na PS5 que visam os 60fps agora levam para o ponto ideal do VRR em monitores de 1440p e até 4K. Podemos falar sobre como as GPUs individuais se comparam entre si, mas essa visão holística do desempenho do jogo também mostra as vantagens de configurações otimizadas – o melhor custo-benefício para a GPU – conforme estabelecido pelos próprios produtores de jogos.

Refletindo o modo de qualidade de Alan Wake 2 no PC, uma leitura de sub-30fps ultrapassa os 60fps no 7900 GRE e no RTX 4070 Super. O GRE tem um multiplicador de desempenho de 2,29x em relação â PS5, caindo para 2,15x no 4070 Super. Sem RT em jogo, a oferta da AMD supera a Nvidia em cerca de 12 pontos percentuais. Enquanto isso, em configurações correspondentes em Avatar: Frontiers of Pandora, o GRE oferece 88% mais desempenho do que a PS5, aumentando para um multiplicador de 2,33x com o RTX 4070 Super graças ao seu melhor desempenho de RT. Essa é uma vantagem de 24 pontos da Nvidia sobre a AMD.

Continuando com o RT, um ponto forte do desempenho no Cyberpunk 2077: Phantom Liberty faz com que a PS5 não atinja a meta de 30fps.Neste caso o GRE oferece 77% mais desempenho do que a consola, aumentando para um valor ainda mais impressionante de 2,21x na taxa de frames no RTX 4070 Super com configurações correspondentes – é 15% mais rápido que o GRE. Voltando à rasterização, o RX 7900 GRE assume a liderança em A Plague Tale: Requiem, com um aumento de desempenho de 2,16x em relação â PlayStation 5 em testes semelhantes, com o 4070 Super a entregar 92% mais frames que a consola (uma vantagem de 12 pontos para o GRE sobre o Super).

Todos os nossos testes de GPU foram realizados no uso de um sistema com 32GB de DDR5 Gskill 6000MT/s emparelhado com um Core i9 13900K rodando numa placa-mãe Asus Maximus Hero Z690 com uma fonte de alimentação Corsair RM1000. Todos os jogos foram executados a partir de armazenamento PCIe 3.0, com o CPU resfriado por um refrigerador de ar Noctua D15. Agora é hora de passar para testes de benchmark mais convencionais nas páginas seguintes.

Análise da AMD Radeon RX 7900 GRE:

• Introdução [Esta Página]
• Benchmarks de RT: Dying Light 2, Cyberpunk 2077, Control
• Benchmarks de RT: Metro Exodus Enhanced Edition, F1 22, Marvel’s Spider-Man: Miles Morales
• Benchmarks de RT/DLSS/FSR2/DLSS3: Cyberpunk 2077, Dying Light 2, Forza Horizon 5, Marvel’s Spider-Man: Miles Morales
• Benchmarks de jogos: Control, Cyberpunk 2077, F1 22, Forza Horizon 5
• Benchmarks de jogos: Hitman 3, A Plague Tale: Requiem, Returnal, Marvel’s Spider-Man: Miles Morales
• Conclusões, valor e recomendações