Monster Hunter Stories remaster revela boas melhorias no desempenho, gráficos e interface, mas não esconde a origem humilde de um design com 8 anos pensado para uma portátil.
Monster Hunter Stories foi criado pela Capcom para expandir a audiência da sua famosa série, um dos maiores sucessos no catálogo da companhia japonesa, capaz de ser jogado por jogadores mais jovens, que eventualmente podiam sentir-se curiosos com os jogos principais. É um RPG por turnos muito adorável, casual, que é novamente recrutado para esse efeito. Mais importante, ajuda a manter a série ativa enquanto esperamos pelo próximo grande prato principal, Monster Hunter: Wilds em 2025.
É importante ter isso em conta, tal como é importante lembrar que estamos perante o remaster de um jogo Nintendo 3DS lançado no final de 2016. Os esforços da Capcom são dignos de elogios, mas não existem milagres, por isso conta com um design muito simples e fragmentado, pensado para uma portátil, com qualidade gráfica de origens muito humildes. A Capcom tratou o remaster com carinho, melhorou os gráficos, o desempenho, a interface e refinou a experiência geral, mas não deixa de ser um RPG casual e simples.
A minha experiência anterior com este Monster Hunter Stories está na versão mobile, já superior à versão 3DS, mas este remaster torna-se facilmente na referência. Após jogar o remaster, não há como voltar às anteriores versões e se quiseres manter o formato portátil, a versão Switch resolve isso.
Imaginado como um RPG de combates por turnos, Monster Hunter Stories é um jogo no qual não vais caçar os monstros tão famosos que caças nos jogos da linha principal. Aqui, encontras ovos cujas bestas que saem deles lutam ao teu lado. Seja na tua equipa ou nos adversários, facilmente reconhecerás estes monstros se jogaste os jogos Monster Hunter principais.
Para as lutas, a Capcom criou um sistema de combate por turnos focado num triângulo de ataques, com privilégio uns sobre os outros. Tens de descobrir qual é o ataque que o adversário vai usar para escolher o ataque que tem vantagem. Nos momentos de confronto direto, o ataque com privilégio é o único que conecta, o que torna importante ter atenção aos ataques mais usados por cada monstro.
O sistema é extremamente acessível pois é uma experiência casual, através da qual a Capcom tentou alcançar jogadores de diversas gerações. O remaster parece ter o mesmo objetivo, mas agora em mais plataformas, nas quais os mais recentes esforços Monster Hunter principais estão a ser lançados. Isto resulta num jogo que é facilmente compreendido e jogado por qualquer jogador, mesmo quem não joga habitualmente JRPGs por turnos.
A própria história, focada num Rider (alguém que cavalga e luta com os monstros, não um Hunter que os caça), remete-nos para as animações infantis e adoráveis. É um jogo que tenta mostrar laços de amizade com os monstros, seja na narrativa como no gameplay, que permite montar os monstros para percorrer os cenários ou efetuar ataques mais poderosos nos combates.
Com o aumento da resolução, melhorias gráficas, refinamento da experiência geral e a nova interface igual à da sequela, a Capcom torna este remaster num jogo com melhorias pertinentes sobre o original. Monster Hunter Stories remaster não consegue esconder que é um jogo pensado originalmente para uma portátil, com um design fragmentado, que resulta em frequentes loadings, mas a Capcom merece elogios pelos seus esforços na otimização e introdução de melhorias que o tornam satisfatório de jogar, até num ecrã 4K grande.
Prós: | Contras: |
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