Esta é mais uma edição da newsletter Todas, que apresenta discussões, notícias e reflexões pensadas para mulheres. Quer recebê-la às quartas-feiras no seu email? Inscreva-se abaixo:
No mês passado, trouxe em uma das edições da newsletter um estudo sobre como a gravidez parece reorganizar o cérebro das mulheres. As mudanças coincidem com o aumento dos níveis dos hormônios estradiol e progesterona.
Mas o que acontece, então, na menopausa, quando o corpo para de produzir outro hormônio, o estrogênio?
Os sintomas são quase um clichê para quem acompanha o tema ou conhece mulheres passando por isso. Ondas de calor, insônia, depressão, ansiedade, confusão mental, perda de memória. A neurologista Lisa Mosconi responde em “O Cérebro e a Menopausa” que tudo isso está profundamente conectado com diferentes áreas do cérebro e que, assim como na gravidez e na puberdade, ele muda drasticamente durante a menopausa.
Entrevistei Mosconi sobre o lançamento do livro no Brasil e ela disse que nada disso precisa soar como o fim do mundo. “É importante definir a menopausa. Não é uma doença e não é apenas envelhecimento”, explica.
A neurologista enfatiza a necessidade de falar abertamente sobre o tema. “Precisamos saber o que estamos vivendo.” Ela diz que as meninas são preparadas para a puberdade e que as gestantes são preparadas para a gravidez, o parto e a maternidade. A menopausa, porém, “vem sem que ninguém tenha ideia do que ela é”.
O tema é um tabu. Mosconi diz que por uma mistura de etarismo com machismo. Mas algumas pessoas estão tentando abrir esse diálogo. É o caso da apresentadora Fernanda Lima, que lançou um podcast dedicado ao tema, o Zen Vergonha. Em uma entrevista à repórter Vitória Macedo, ela diz que o tema precisa ser conversado, inclusive com a família.
Um bom ponto de partida para saber mais sobre a menopausa é o episódio do Modo de Viver, o podcast que apresento aqui no Todas, sobre o tema. Nele, conversei com uma mulher que entrou na menopausa antes dos 30 anos e com várias especialistas.
Li por aqui
Já que estamos falando em sistema reprodutivo, uma nova pesquisa sugere maior risco de câncer de mama associado ao uso do DIU hormonal. O estudo, publicado na revista científica Jama, mostra que o risco de tumor é 1,4 vezes maior para quem usa DIU com levonorgestrel em comparação com quem não usa contraceptivo hormonal.
Ainda no tema dos contraceptivos, os Estados Unidos anunciaram um plano para ampliar o acesso aos medicamentos. Em meio a disputas desde o fim da Roe v. Wade, a decisão judicial que garantia o direito ao aborto a nível federal, a contracepção e o planejamento familiar estão na mira das eleições presidenciais do país. O presidente Joe Biden anunciou que deve ampliar o acesso aos contraceptivos gratuitos para cerca de 52 milhões de mulheres. Mas essa medida só deve atingir as que têm plano de saúde.
Também quero recomendar
Se você ainda não assistiu “A Substância“, corra para o cinema mais próximo. A protagonista Elisabeth, vivida por Demi Moore, é demitida do cargo de apresentadora de um programa fitness por estar velha demais para o papel , de acordo com os padrões da indústria. Frustrada, ela encontra um método controverso de rejuvenescimento. Vá de estômago preparado para muito sangue e agulhas. Menção honrosa para as referências divertidíssimas a “Carrie, a Estranha”.