A série de reportagens “Cerco às Aldeias”, com quatro capítulos publicados na Folha de junho de 2023 a janeiro de 2024, recebeu menção honrosa no Prêmio Lincoln de Jornalismo sobre políticas urbanas, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas. O prêmio é promovido pelo Instituto Lincoln e recebeu inscrições de 265 reportagens publicadas por veículos na América Latina.
Outra série feita pelo jornal com apuração in loco na região amazônica, “Amazônia na Rota do Petróleo”, veiculada em agosto e setembro de 2024, ficou em 1º lugar, na categoria nacional, do Prêmio Ampla de Jornalismo, promovido pela organização Ampla (Amazônia, plataforma de lideranças), sediada em Belém.
Os dois trabalhos são de autoria do repórter Vinicius Sassine, correspondente da Folha na Amazônia, e do repórter fotográfico Lalo de Almeida.
A série “Cerco às Aldeias” demorou um ano para ser feita. O trabalho de apuração mais decisivo teve início em janeiro de 2023, o primeiro capítulo foi publicado em junho de 2023, e a publicação do quarto e último capítulo ocorreu em janeiro de 2024.
Foram meses de pesquisas prévias ao trabalho de reportagem nas quatro terras indígenas mais invadidas pelo garimpo ilegal no Brasil. A série mostra o cotidiano de comunidades que se viram cercadas pela exploração ilegal e predatória de ouro.
As reportagens mostraram o cotidiano de aldeias nas terras indígenas Kayapó e Mundurucu, no Pará; Yanomami, em Roraima; e Sararé, em Mato Grosso.
O Prêmio Lincoln de Jornalismo considerou o trabalho “muito completo, sobre um tema complexo e de grande pertinência”. Os trabalhos vencedores foram publicados em veículos de Equador, Colômbia e Peru.
A série “Cerco às Aldeias” é finalista ainda do Prêmio Amaerj Patrícia Acioli de Direitos Humanos, na categoria reportagens jornalísticas, promovido pela Amaerj (Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro). O resultado será divulgado em novembro.
Já a série “Amazônia na Rota do Petróleo” conta os riscos, para o meio ambiente e para as comunidades próximas, associados a projetos de exploração de combustíveis fósseis na maior floresta tropical do mundo. Para os três capítulos do trabalho, os repórteres visitaram locais com empreendimentos de óleo e gás já instalados ou em avaliação.
O primeiro capítulo mostrou a sensibilidade socioambiental da região mais próxima, na costa amazônica, ao bloco que Petrobras e o governo Lula (PT) querem explorar na margem equatorial, com pressão por uma licença para perfuração do chamado bloco 59 ainda em 2024.
O capítulo seguinte mostrou a expansão acelerada do maior empreendimento privado de óleo e gás na floresta, no leste do Amazonas, com avanço sobre terrenos de agricultores. O terceiro capítulo tratou dos novos blocos concedidos para exploração, também com impactos a comunidades tradicionais.
Na categoria nacional do Prêmio Ampla de Jornalismo, os outros vencedores são reportagens veiculadas na TV Globo e no jornal O Estado de S. Paulo.