Investing.com — 2025 tem potencial para ser outro ano forte para os mercados, com base no impulso positivo dos últimos dois anos, disse um estrategista do Deutsche Bank (ETR:).
Em um relatório divulgado na segunda-feira, o banco destaca que, apesar das altas avaliações iniciais e das incertezas geopolíticas, as condições macroeconômicas favoráveis e as políticas monetárias acomodatícias podem continuar a dar suporte aos ativos de risco.
Henry Allen, estrategista do Macro (BCBA:), observa que, embora as comparações com a bolha das empresas pontocom tenham sido frequentes, existem diferenças importantes atualmente.
Por exemplo, as avaliações iniciais estão elevadas, o que leva a comparações com a bolha das empresas pontocom. Entretanto, os estrategistas destacam que “a bolha das pontocom estourou junto com uma desaceleração econômica, da qual não há sinal hoje”.
Além disso, as expectativas de crescimento para 2025 foram revisadas para cima de forma consistente até o quarto trimestre de 2024, refletindo um cenário econômico resiliente.
“Mesmo que haja uma desaceleração, os bancos centrais agora têm muito espaço para cortar as taxas. E, embora existam muitos riscos geopolíticos no momento, esse não tem sido um fator ao qual os mercados tradicionalmente reagem muito”, acrescentou Allen.
Entre os indicadores que apontam para um cenário sem recessão está a curva de rendimento de 2s10s. A curva, que estava invertida há mais de dois anos, se inclinou para seu nível mais alto em aproximadamente dois anos e meio.
Além disso, a Sahm Rule, que anteriormente sinalizava uma possível recessão, caiu abaixo da marca crítica de 0,5. “Coletivamente, o fato de que vários indicadores principais estão agora apontando para longe de uma recessão novamente deve aumentar a confiança sobre as perspectivas”, disse Allen.
Com relação aos possíveis ventos favoráveis, os estrategistas destacaram principalmente o ciclo contínuo de cortes nas taxas de juros.
“O cenário atual de cortes nas taxas, que ocorre em uma aterrissagem suave (e não em uma recessão), tem sido historicamente incrivelmente favorável para os ativos de risco”, explicou ele. O Fed já cortou as taxas em 100 pontos-base, com os formuladores de políticas sinalizando sua disposição para agir ainda mais, se necessário.
Além disso, a possibilidade de a inflação surpreender pelo lado negativo poderia proporcionar um impulso adicional. O relatório aponta que, nos últimos 18 meses, os ativos de risco tiveram altas significativas durante dois períodos importantes – final de 2023 e meados de 2024 – impulsionados por uma inflação mais branda. O Deutsche Bank sugere que, se a inflação diminuir novamente, os mercados poderão ver outro aumento generalizado tanto nas ações quanto nos títulos.
Por fim, Allen observa que muitos riscos de queda já estão precificados. Os economistas preveem que a inflação ficará acima da meta, são esperadas novas tarifas e os ativos já reagiram a esses fatores. Além disso, os futuros refletem menos cortes nas taxas do que as projeções do Fed para 2025.
Em suma, Allen acredita que os investidores não devem se deixar levar pelo viés do pessimismo. Embora seja provável que ocorram choques inesperados em algum momento, o “cenário atual do mercado é incrivelmente favorável, o que significa que 2025 pode ser outro ano forte”, concluiu o estrategista.